Jornada Gilson Carvalho de Oficinas Regionais tem 109 participantes no CE
26 de agosto de 2014 - 10:40
A etapa Nordeste 1, da ‘Jornada Gilson Carvalho de Oficinas Regionais: Financiamento e os 25 anos SUS’, passou por Fortaleza e teve um total de 109 participantes. Fora o Ceará, conselheiros de quatro estados formaram o público da oficina, foram eles Piauí, Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco.
Nos dois dias de evento, 22 e 23 de agosto, o público presente pode aprimorar seus conhecimentos na parte da análise orçamentária e financiamento do Sistema Único de Saúde. Além de terem aula sobre o processo histórico do SUS e sua consolidação .
A integrante da Comissão de Orçamento e Finanças (Cofin) do Conselho Nacional de Saúde (CNS) e professora da faculdade de medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Yola Gurgel, destacou em sua fala sobre o SUS, o grande desafio que os conselheiros têm de fazer com que o SUS seja público, isso para cobrir as necessidades da população em saúde.
“Precisamos trazer os 70% dos trabalhadores com carteira assinada , que estão nos planos de saúde, para serem atendidos no SUS”, destacou Yola.
Para ela, a situação da saúde no País é preocupante. Pois, ao fazer uma análise dos dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), percebe-se que o Brasil gasta 8,9% do do Produto Interno Bruto (PIB) com saúde, entretanto, deste percentual apenas 3,8% são de gastos públicos (município, estado e união).
“Isso significa que estamos perdendo no jogo. Se olharmos para o passado, lá em 1923, nós saímos de um sistema privado para um sistema público. E hoje estamos fazendo uma trajetória inversa, de um sistema publico para o privado ao estilo americano”.
Segundo dados apresentados na oficina, 70% das pessoas que possuem planos de saúde no Brasil são trabalhadores de carteira assinada, o que representa 32 milhões de trabalhadores.
A qualidade da assistência da saúde suplementar também foi alvo de questionamentos, pois segundo os palestrantes, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) não tem prerrogativa legal de fiscalização dos planos de saúde.
O Movimento Saúde +10 foi lembrado durante o evento por Andre Luiz de Oliveira, representante da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) no CNS, que abriu o segundo dia de oficina com um relato contextualizado do movimento, e sua importância para o financiamento da saúde pública.